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A Psicanálise em minha vida

  • Foto do escritor: Ug Cobra
    Ug Cobra
  • 14 de jan.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 16 de jan.

Fazer uma análise é um processo de travessia e emancipação. Quando olho para trás, em quem eu era com 18 anos e quem me tornei agora com 32, me causa uma certa alegria e alívio também. Às vezes brinco de imaginar o que teria sido de mim, caso não tivesse me deparado com a Psicanálise.


Eu lembro bem da primeira vez que entrei em um consultório. Era um sofá ao qual fui prontamente me deitando, até ouvir a voz da analista, mais velha e séria, dizer de forma gentil “pode se sentar Ug”. Fiquei constrangido na hora. Como estudante de Psicologia e neurótico recheado de sintomas eu pensei na mesma hora que aquilo tinha sido um grande fracasso da minha parte.


Fiz acredito que quatro sessões nessa primeira tentativa e fugi desesperado dali. Tinha algo de muito duro e insuportável pra mim, mesmo que naqueles quatro encontros eu tenha conseguido chorar e aliviar a perda de um amor jovem da época e que tinha me ferrado completamente.


Dois meses depois, refletindo sobre o que tinham sido aquelas quatro sessões, resolvi tentar novamente e fui atrás de um outro analista. Foram três anos até um dia em que ele operou um certo ato e me mandou procurar outro analista. Depois disso, mesmo não entendo muito bem o ato feito, segui insistindo e até hoje sigo insistindo.


Segui insistindo na vida, acreditando na possibilidade de fazer laço com outros, mesmo que um dos meus traumas de vida oriundos desde um certo colégio me diziam o contrário. Insisti no sonho de ser um profissional capaz de se sustentar fazendo o que sabe e tem desejo. Segui insistindo em ter e criar o amor na minha vida, mesmo não sabendo como fazer isso muito bem (e talvez até hoje não saiba tão bem).


A Psicanálise foi e tem sido o barco de muitas travessias. Insistência me fez perceber minha existência. E quando você sabe que existe, você faz algo com isso.


E esse “saber-fazer” é o grande prêmio. Não se trata apenas de “saber” algo de si, porque mesmo tendo consciência de algo que nos causa mal-estar, esse mal estar não desaparece pela simples consciência dele. É preciso “saber-fazer” algo com isso com competência e elegância.


Essa experiência, pela marca que me deixou, eu desejo passar adiante para outros

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Ug Cobra
Psicólogo e Psicanalista

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